CAPÍTULO 4

CIVILIZAÇÃO AFRODESCENDENTE

HENRIETTA LACKS

LEGADO

HARVARD x
REBECCA SKLOT
QUEM ERA HENRIETTA LACKS?
www.youtube.com/watch?v=ldnRUtQeryg
JOHN HOPKINS UNIVERSITY
CÉLULAS HeLa – IMORTAIS
www.youtube.com/watch?v=dj04fUAOwtA

IMPACTO E RESULTADOS NA PESQUISA MÉDICA
www.youtube.com/watch?v=ggIChkFTWE8
www.youtube.com/watch?v=SPLSp7Tf3bw

MEDICINA JOHN HOPKINS
LABORATÓRIO COLD SPRING HARBOR

Micrografia eletrônica de varredura/célula HeLa apoptótica.

FONTE: Zeiss Merlin HR-SEM.

FOTO DA FAMÍLIA LACKS.

cedida e PUBLICADA EM Immortal Life of Henrietta Lacks, de Rebecca Skloot.

The Crown Publishing Group, divisão da Random House, 2010.

Afro-americana, trabalhadora agrícola no cultivo de tabaco, segregada. As suas células, coletadas sem seu conhecimento, tornaram-se padrão ouro nas principais pesquisas da medicina no século XX. Denominadas Helas, com elas estabeleceu-se as primeiras células humanas imortais cultivadas em cultura, vivas até hoje, embora ela já esteja morta há mais de sessenta anos.

Estima-se que mais de 74 mil trabalhos científicos usaram as HeLa para alcançar seus resultados. Sua primeira contribuição foi no desenvolvimento da vacina contra a poliomielite. E não parou mais. Foram empregadas em pesquisas sobre como os vírus agem, para desenvolver práticas laboratoriais de congelamento e cultura de células e tecidos.

Foram aplicadas para clonagem de células para a fertilização in vitro ao isolamento de células-tronco. Em pesquisas para a AIDS, o câncer e os efeitos da radiação e de substâncias tóxicas.

Essas células imortais foram infectadas com uma infinidade de patógenos, da tuberculose à salmonela. Testaram-se remédios para diversas doenças, especialmente o Mal de Parkinson.

Os cientistas puderam entender e diagnosticar os distúrbios genéticos ao constatar que uma célula humana normal tinha 46 cromossomos.

As HeLa já foram ao espaço, tornou possível analisar os efeitos da falta de gravidade sobre as células. Recentemente, dois prêmios Nobel foram concedidos por descobertas onde exerceram um papel central.

A ligação entre o papilomavírus humano e o câncer cervical (2008, Harald zur Hausen) e o papel da telomerase no envelhecimento celular (2009, Elizabeth Blackburn, Carol Greider e Jack Szostak).

A família nunca teve qualquer ganho financeiro com as células retiradas de Henrietta, embora as grandes empresas de biotecnologia as comercializem há anos com ganhos de bilhões de dólares e mais de 10 mil patentes resultantes dessas apropriações indébitas e inescrupulosas.

Foto: Anna-Lou Leibovitz/Nasa.gov

BENFEITORA DA HUMANIDADE
USO SEM CONSENTIMENTO
GÊNIA MATEMÁTICA DO PROJETO APOLLO
KATHERINE JOHNSON

HOWARD UNIVERSTIY SCHOOL OF LAW
HENRIETTA LACKS
LISA CROOMS
www.youtube.com/watch?v=AZlDx9B4gCs

PAINEL DE DISCUSSÃO
USF LIBRARIES - TAMPA CAMPUS
ÉTICA E PESQUISA MÉDICA
RICHARD POLLENZ, WILLIAM MARK GOODWIN, CHERYL RODRIGUEZ, LOIS LACIVITA NIXON

CHRISTINA PARTIN
www.youtube.com/watch?v=QB_i9jGUU6M



E O APARTHEID CIENTÍFICO DIANTE DESSAS CONTRIBUIÇÕES?
BARBÁRIE, NADA MAIS QUE BARBÁRIE,
SOMENTE BARBÁRIE

INVENTORES AFRO-AMERICANOS

1) Alexander Miles, elevador;

2) Alice Parker, fornalha de aquecimento;

3) Arthur Bertram Cuthbert Walker II, desenvolvimento de telescópios ultravioletas. Metodologias na fabricação de microchips.

4) Benjamin Banneker, Astrônomo e matemático, criou cálculos para prever eclipses solares e lunares

5) C. J. Walker, artefatos para cuidar do cabelo;

6) Charles Drew, implantou o primeiro banco de sangue do mundo;

7) Daniel Hale Williams, executou a primeira cirurgia aberta de coração;

8) Elbert R. Robinson, rodas revolucionárias para o bonde elétrico;

9) Ernest E. Just, fertilização e a estrutura celular do ovo, como trabalhaVAM as células;

10) Frederick Jones, ar condicionado;

11) Garret Morgan, semáforo e primeira máscara contra gases;

12) George Samon, secadora de roupas;

13) George Washington Carver, métodos de cultivo (CULTURAS ROTATIVAS) que SE TORNARAM PADRÃO MUNDIAL

14) Granville Woods, revolucionou a qualidade e distância que podia viajar o som

15) Jan Matzelinger, máquina de colocar solas nos sapatos

16) Jane Wright, Médica oncologista, A mãe da quimioterapia.

17) John Burr, máquina de cortar grama

18) John Love, apontador de lápis;

19) John Standard, geladeira

20) Joseph Gammel, sistema de supercarga para os motores de combustão interna

21) Lee Burridge, máquina de datilografia

22) Lewis Latimer, filamento de dentro da lâmpada elétrica

23) Lloyd Quarteman, primeiro reator nuclear na década de 1930

24) Lloyde Ray, pá de lixo

25) Lydia Newman, escova para pentear cabelos femininos

26) McCoy, sistema de lubrificação para máquinas a vapor

27) PATRÍCIA Bath, dispositivo laser para cirurgia de cataratas

28) Percy Julian, tratamento do mal de Alzheimer e do glaucoma

29) Philip Downing, caixa de correio

30) Raphael Armattoe, cura para a doença do verme da água da Guiné com sua droga Abochi

31) Richard Spikes, inventou a mudança automática de marchas

32) Roberto E. Shurney, pneumáticos de malha de arame para o robô da Apolo XV

33) Sarah Boone, tábua de passar roupas

34) Thomas Stewart; esfregão para limpar o chão

35) W. A. Lovette, prensa de impressão avançada

36) William Berry, máquinas de carimbo e cancelamento postal

37) William Hinton, primeiro protocolo médico sobre a sífilis

38) William Purvis, caneta-tinteiro

Professora Emérita da Universidade Federal de São Carlos. Admitida na Ordem Nacional do Mérito, no Grau de Cavaleiro, em reconhecimento de sua contribuição à educação no Brasil.

Em junho 2010 foi indicada como Somghoy Wanadu-Wayoo, conselheira integrante do Conselho do Amiru Shonghoy Hassimi O. Maiga, chefe do Povo Songhoy, no Mali.

Em 2011, recebeu o prêmio Educação para a Igualdade, por ser a primeira mulher afro-brasileira a ter assento no Conselho Nacional de Educação, por relevantes serviços prestados ao País e a educação brasileira no combate ao apartheid.

É Professora Titular do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas do Centro de Educação e Ciências Humanas-UFSCar. Pesquisadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFSCar. Integra o International Research Group on Epystemology of African Roots and Education , coordenado pela Drª Joyce E. King da Georgia State University/USA.

Foi conselheira do World Education Research Association (WERA) representando a Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) – ABPN - (2009-2016); do Conselho Nacional de Políticas de Igualdade Racial (2015-2016); da Fundação Cultural Palmares; da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação.

Relatora do Parecer CNE/CP 3/2004 que estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnic*o-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana.

Professora visitante junto a University of South Africa (1996); Universidad Autonoma del Estado de Morelo, em Cuernavaca, México (2003); na Stanford University , USA; na Universidade de Maputo, Moçambique em 2019.

ProfessorAS Eméritas e/ou Notórias
Petrolinha Beatriz Gonçalves e Silva

FOTO: INSTITUTO BÚZIOS

FOTO: BLÍNIA MESSIAS

Professora Doutora Emérita da Universidade Federal do Pará, integrou o coletivo de artistas que construiu o Núcleo de Artes, hoje, Instituto de Ciências da Arte (ICA); desenvolveu diversos projetos de pesquisa e de extensão, como o Auto do Círio; dirigiu o Centro de Letras e Artes (CLA), hoje Instituto de Letras e Comunicação (ILC); foi vice-reitora da UFPA; coordenadora da Assessoria da Diversidade e Inclusão Social da UFPA (ADIS).

Militante e dirigente do movimento negro no Pará, bem como do movimento feminista. Homenageada na 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes.

FOTO: domínio público

Professora Emérita da Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Pesquisadora Associada do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.

Graduou-se em Letras Neolatinas pela Universidade do Brasil (1959); mestrado em Letras na Universidade Federal Fluminense (1978); doutorado em Letras Vernáculas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1988). E pós-doutorado na Universidade de São Paulo (2006), na área de Letras e na subárea de Literaturas Africanas de Língua Oficial Portuguesa.

É consultora ad-hoc de vários órgãos de fomento à pesquisa, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, CAPES e outros organismos. Foi-lhe outorgada, em 2011, a Cátedra Professor Carlos Lloyd Braga, na Universidade do Minho, em Braga.

www.youtube.com/watch?v=y9uNFzczHxM

UFMG/divulgação

Pedagoga, mestra em Educação pela UFMG, doutora em Antropologia Social pela USP. Com estágio pós-doutoral na Universidade de Coimbra, supervisionado por Boaventura de Souza Santos. Professora da Faculdade de Educação da UFMG e integrante da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros – ABPN.

Entre 2002 e 2013 coordenou o Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão Ações Afirmativas na UFMG. Integrante do Conselho Nacional de Educação no período 2010-2014, designada para a Câmara de Educação Básica.

Em 2013 e 2014 foi reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira – UNILAB –, a primeira acadêmica afrodescendente a ocupar esse cargo numa universidade federal no Brasil.

Em janeiro de 2015, assume o cargo de Ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República – SEPPIR/PR, do recém-criado Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, do qual esteve à frente até 2016.

www.youtube.com/watch?v=_D6ZhPkgULM
www.youtube.com/watch?v=wyw39D4ueJM
www.youtube.com/watch?v=Uzc6JuLTgxM

ilustração
[1] Informações acadêmicas sobre essas personalidades para consultas estão disponíveis nas instituições e em sites especializados.

dESCOBERTA RECONHECIDA MUNDIALMENTE. FONTE: Fermilab (2017)

Cientista Associada e Pesquisadora com Pós-Doutorado no Laboratório Nacional de Aceleração Fermi. Estuda a natureza da expansão acelerada do cosmos.
Premiada e reconhecida internacionalmente como integrante de uma nova geração de astrofísicos no mundo.
www.youtube.com/watch?v=BeBpnbpxo

Doutora em Patologia Humana e Experimental, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve pesquisas em grau de pós-doutorado no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo da Universidade de São Paulo (IMT/USP). Uma das cientistas responsáveis pelo (primeiro) sequenciamento do genoma do vírus SARS-CoV-2 no Brasil.

FOTO: UNIVERSIDADE DE VIENA

Engenharia química e bioquímica pela Delft University of Technology, na Holanda, mestre em nanotecnologia. Sua pesquisa com catalisadores (que aceleram reações) através da mistura de Paladium e Platina, foi premiada em 2010 (foto), numa conferência científica internacional em Helsinki, na Finlândia, onde competia com outros 800 trabalhos.

FOTO: FUNDAÇÃO EDUCAR

Engenheira de materiais pelo IME (Instituto Militar de Engenharia). Premiada com o primeiro lugar no desafio mundial da Sandvik sobre a utilização do grafeno, material à base de carbono para utilização em dispositivos de filtragem e sistemas de dessalinização.

Com uma bolsa do Ciência Sem Fronteiras foi estudar na Inglaterra, na Universidade de Manchester. E no Imperial College London pesquisou o desenvolvimento de um polímero que substituísse válvulas cardíacas.

Arquivo Pessoal

Física, premiada pela  Unesco Brasil e Academia Brasileira de Ciências (ABC) - na categoria Ciências Físicas. Associada ao Observatório de Pierre Auger, na Argentina, identificou uma correlação entre a direção de partículas altamente energéticas que chegam na Terra e a direção de algumas starbursts - galáxias com taxa elevada de formação de estrelas e alta luminosidade.

www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/08/27/cientista-negra-que-desvenda-misterios-do-universo-ganha-premio-da-unesco

PHD, professora no Instituto de Geociências (IGc-USP). Lidera grupo de pesquisa dedicado à quantificação de voláteis associados ao vulcanismo antigo do Brasil e seus potenciais efeitos climáticos.

Pesquisadora em petrologia ígnea e a análise químico-isotópicas de diferentes minerais relevantes como mistura de magmas, fontes do magmatismo granítico no Estado de São Paulo. Revisora ad hoc de publicações científicas nacionais e internacionais. Colaborações internacionais com a Rice University (Houston) e Université du Quebec et Chicoutimi (Quebec).

igc.usp.br/blog/2021/10/18/profa-adriana-alves-e-a-nova-coordenadora-do-escritorio-usp-mulheres/

FOTO WORDPRESS

Foto: Marina Vale / Arquivo pessoal

PHD em Ciências Biológicas (Botânica) pela USP. Professora Titular da UFMG, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal da UFMG, de 2015 a 2019.

Na periferia do Rio de Janeiro não conseguia perceber o preconceito, mas quando saio da minha zona de conforto e entro na universidade fica óbvio para mim que sou sempre a única pessoa negra naquele espaço.

Meu currículo tem sempre que falar mais alto pois minha figura ainda causa espanto no mundo acadêmico. Uma mulher negra não pode ser boa, ela tem que ser a melhor.

Foto: MM CIÊNCIA

Bióloga e cito-tecnologista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Preside a Associação Nacional de Cito-tecnologia (Anacito). É diretora da Academia Internacional de Citologia (IAC). Supervisora na área de ensino técnico do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

REPRODUÇÃO

Bióloga e pesquisadora na School of Life Sciences da Universidade de Nottingham, é vencedora do prêmio para Mulheres na Ciência, na área de Ciências Biológicas, em 2008.

Sempre senti o racismo na academia, e continua até hoje, mesmo que esteja distante e a observar.

Prêmio L´Oréal
www.youtube.com/watch?v=D1DaSrAYUzk

Katiuscia Ribeiro, Fabio Porchat, Emicida,
João Vicente e Chico Bosco
história africana sem história

Zélia Amador de Deus
Laura Cavalcante Padilha
Nilma Lino Gomes
ciÊNCIA Afrodescendente [1]
Marcelle Soares-Santos
Jaqueline Góes de Jesus
Viviane dos Santos Barbosa
Nadia Ayad
Rita de Cássia dos Anjos
Adriana Alves
Rosy Mary dos Santos Saias
Simone Maia Evaristo
Maria Augusta Arruda-Bullock

FOTO: REVISTA PESQUISA FAPESP