CAPÍTULO 15

AFRO-BRASILEIRAS ANTES, AGORA, SEMPRE

KENIA MARIA
ONU MULHERES NEGRAS
  • Em Copacabana, Zona Sul do Rio, onde eu moro, ainda sou confundida com a babá.

  • Alguém já viu comercial de absorvente com mulher negra?

  • Nosso projeto de nação é baseado no extermínio...

  • Que privilégio posso ter com um sobrenome português, e não africano, porque fui vendida e comercializada? Não sei quem são meus ancestrais.

  • Somos violentadas o tempo todo, inclusive no hospital. Existe um mito, até hoje, de que mulher negra é mais resistente e não sente dor.

  • Como sou candomblecista, nas sextas-feiras eu só uso branco, em geral, pensam que sou babá. ...

  • Para os brancos, várias estátuas e placas de rua. Para nós, no máximo o quartinho de empregada e o elevador de serviço.

  • Na obra de Monteiro Lobato, a Tia Anastácia ocupa o lugar pensado pela sociedade para a mulher negra. Não tem família, não precisa namorar sempre a servir e cuidar dos filhos dos outros....

Entrevista acessível em:
www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2018/09/17/acham-que-sou-uma-preta-metida-e-abusada-a-historia-de-kenia-maria.htm

LUDMILLA OLIVEIRA DA SILVA

Você ouve nossa música, mas e no dia a dia, onde estão seus amigos pretos? Com quantos pretos você convive? Como você contribui para mudar esse sistema, que é estrutural? Nosso sistema foi construído em cima dele. Se você se cala diante da injustiça, você também está compactuando com ela.

ISABELA CRISTINA CORREIA DE LIMA LIMA

As pessoas têm aquele receio de se expressarem da forma que elas gostariam de se expressar. O que aconteceu comigo não significa que o racismo acabou, por eu estar numa capa de revista, na TV. Caminhamos, mas temos muita coisa pra fazer. A gente precisa se ver nos lugares para saber que pode estar onde quiser estar.

ALEXANDRE DE SILVA SANTANA

Não vai parar agora porque tem que ser normal ver um preto (um afro-brasileiro) em um lugar de destaque. As cotas existem para equilibrar. Eu quero uma educação digna para que as cotas um dia não sejam necessárias. A gente não vai se entender se a gente não falar.

TAÍS BIANCA GAMA DE ARAÚJO RAMOS

São gerações após gerações, filhas após mães, filhos após pais, lágrima após lágrima, sofrimento após sofrimento. Perdas após perdas. Se você se diz antirracista é importante que você saiba que você vai ter que ser firme. Vai ter que ter coragem e que você tem muito trabalho pela frente, seja bem-vindo.

Geralmente um não negro percebe a sua branquitude quando um negro, através da sua dor ou seu incômodo, provoca algum incômodo nele. Só aí a pessoa levanta e percebe.

CAMILA PITANGA MANHÃES SAMPAIO

A melhor forma de se contrapor ao nosso histórico racializado de tanta dor, é entender que branquitude e negritude precisam estar juntas.

ERIKA JANUZA DA TRINDADE GOMES

Quantas mocinhas negras existem? É muito pouco perto da realidade da nossa sociedade, do nosso país, e é muito importante termos espaços de destaque.

JÉSSICA ELLEN DIAS DA COSTA

As pessoas precisam sair da zona de conforto. É desconfortável explicar o óbvio, dizer ao diretor que não posso fazer a cena daquela maneira porque corrobora com tal ideia. O racismo não pode mais ser um assunto só de preto. Os brancos precisam se questionar.

SHERON MACILHA MENEZES

Acho que como pessoa pública é minha obrigação me posicionar contra atitudes que considero erradas. São as minhas crenças. Então, quando vejo alguma coisa que me incomoda, seja racismo, algo contra os animais ou discriminação, eu falo. A gente tem esse poder, esse direito como cidadão. Não são todos que possuem coragem para falar. Se tenho a voz, devo me posicionar.

CRIS VIANNA

O problema do racismo não é só dos negros. Acho que a gente vive numa sociedade que ainda não entendeu isso. Ou não quer entender de alguma forma. Tem muita gente que fala: Ah, somos todos iguais. Não somos todos iguais! Ela é diferente de você, somos diferentes, e o que a gente busca é sermos respeitadas na nossa diferença. Acho que é esse caminho.

MARIA JÚLIA COUTINHO PORTES

Com muitas, você não fica com essa responsabilidade (individual), que é muito grande. Claro que não sou a única, mas precisaríamos de mais. Que me confundam, e perguntam: quem é aquela? e errarem o nome. Assim como erramos os das apresentadoras loiras, que, às vezes, são muito parecidas (sic!). Precisamos de proporcionalidade, para estarmos mais equilibrados. Estamos dando passos, mas eles precisam ser mais largos.

MARIA JOSÉ MOTTA DE OLIVEIRA

Certa vez ouvi da saudosa Lélia Gonzalez, nós não temos tempos para lamúrias. Temos que arregaçar as mangas e virar esse jogo. E essa frase ficou definitiva na minha vida. Hoje não sofro com a discriminação racial, mas aproveito o espaço da mídia para denunciar, combater. E vejo isso como uma missão.

LUCY RAMOS

Ainda não vivemos em um país em que negros e brancos têm as mesmas oportunidades. Num mundo em que a cor da pele não seja uma questão. Negros morrem muito mais. De fome ou pela violência. Todos os dias.

De acordo com a ONU, a cada 23 minutos, um jovem negro morre no Brasil. Setenta e cinco por cento dos jovens que morrem em homicídios são negros, que também representam 75% dos que vivem na pobreza.

JULIANA ALVES DE OLIVEIRA

Você só consegue resolver um problema quando aceita que ele existe. Agora, estamos concordando que o racismo existe. Temos um problema sério no Brasil que precisamos mudar. Isso me dá uma esperança. Apesar de serem episódios terríveis de ignorância explícita, espero que as pessoas vejam esses exemplos como algo muito ruim e que a gente tem que deixar para trás. Temos que pensar formas de superar isso: através da educação, da cultura.

ANGELA YVONNE DAVIS

Você tem que agir como se fosse possível transformar radicalmente o mundo. E você tem que fazer isso o tempo todo.

Foto: Bendito Benedito/Divulgação

Zezé Mota
Brasil
O Dia a Dia da Luta pela Equidade

IMAGEM: ONU/MULHERES/BRASIL

Parecem poucos, mas são a maioria

sem ordem alfabética
grau de importância (+ ou -)

NÃO SOU TEU NEGRO
CAIO PRADO
www.youtube.com/watch?v=qctO0rX24BU

NÃO RECOMENDADO
www.youtube.com/watch?v=1sYvYfSHp8o

OUTRAS MULHERES
NEGRA LI
RAÍZES
www.youtube.com/watch?v=VQ2BFceN20s

Sofar Latin America
BIA FERREIRA
DIGA NÃO
www.youtube.com/watch?v=HyusmerTeUM

O Canto dos Escravos
Nega Duda
www.youtube.com/watch?v=DAxolplFFT8

Mulheres negras
Yzalú
www.youtube.com/watch?v=6p9cthjjMa4

JÉSSICA ELLEN
MACUMBEIRA
www.youtube.com/watch?v=LDF6D2mqlc4

Prece à Oxum
www.youtube.com/watch?v=nlZy40gI4_Y

PSICOPRETAS VOL. 1
Sistah Chilli/Danna Lisboa/Bia Doxum/
Anarka/Dory de Oliveira/Cris SNJ
www.youtube.com/watch?v=bxqhIctLlZY

ELLEN OLÉRIA
CARTA A MÃE ÁFRICA
www.youtube.com/watch?v=ZofeToDtbnQ

ZUMBI
www.youtube.com/watch?v=HbBy00O5Stk

MARIENE DE CASTRO
CANTO DAS TRÊS RAÇAS
www.youtube.com/watch?v=qe9jBXcGLp8
www.youtube.com/watch?v=rxR_2WOlzjI

EU VEJO VOCÊ
CAROLINA SÁ
www.youtube.com/watch?v=vSVY1rzAW9w

NÓS, MULHERES DA PERIFERIA
www.youtube.com/watch?v=firLn02imCM

KENIA MARIA
ESTÁ BOM PARA VOCÊ?
www.youtube.com/watch?v=bLkLaQVuRd8

Tráfico Humano Africano
FIGURAÇÃO Criminosa

NAVIO DE TRÁFICO HUMANO AFRICANO/RUGENDAS/VERSÃO CRIMINOSA

OLODUM
Beethoven, Mozart, Bach, Chopin, no Piano, eles na Percussão Clássica
Tambores que não se calam

FOTO: EBC

NIGÉRIA
DAG TENERE
www.youtube.com/watch?v=LyUkoYxHRNk

MR. TRENCH
www.youtube.com/watch?v=mCOjHuN7DUw

ÁFRICA DO SUL
Monde Mdingi
Senzenina
Canção antiapartheid
www.youtube.com/watch?v=5fDU1PYWT8A

Hino da Paz
www.youtube.com/watch?v=Qa6aM-yDm40

Foto: Tatiana Azeviche